Texto para leitura e reflexão:
LOJA SIMBÓLICA HOJE -- desafios e entraves
Irm. Robson Rodrigues da Silva
Durante muito tempo e até, pelo menos, as cinco primeiras décadas do século passado as Lojas Simbólicas no Brasil serviram como um espaço de aglutinação de homens voltados para a discussão de problemas relativos ao desenvolvimento da sociedade onde conviviam. Em geral, as Lojas abrigavam em seu seio pessoas proeminentes da sociedade, que além do convívio salutar e fraternal, criavam uma enorme rede de contatos e facilitavam a troca de idéias e a absorção de novos conhecimentos. Além disso, funcionavam – como ainda hoje funcionam -- como uma verdadeira Escola de Líderes, cujo foco principal era, e é, tornar feliz a humanidade através do aperfeiçoamento humano.
As Lojas, através das suas Sessões semanais, na mairoa das vezes, serviam como oportunidade de manter seus membros atualizados sobre o que estava acontecendo na comunidade, no país e no mundo. Temas de interesse histórico, político e filosófico sempre foram o maior enfoque nas Sessões Maçônicas.
O Maçom tinha então oportunidade de melhoria de sua profissão, da sua cultura em geral, do seu status, ganhando maior espaço e inserção na sociedade em que vivia. As Lojas, por sua vez, em boa parte, se prestavam às práticas de valorosos serviços comunitários, despertando nos seus membros o anseio por trabalhar e ajudar as pessoas, independentemente do credo, raça ou classe social.
No entanto, chegamos ao terceiro milênio com uma profusão estrondosa de tecnologia, velocidade e globalização da informação. Estamos vivendo uma época de grandes atrativos, pressa e utilitarismo. Um mundo cheio de atrações, como o cinema, a televisão, a internet, teatro, shows musicais, esportes e tantos outros. A velocidade como tudo se processa, faz com que todos hoje tenham pressa para tudo. Vivemos como se não houvesse mais tempo a perder. Segundo o filósofo Mario Sergio Cortella “uma norma principal ganha corpo: é bom tudo o que for útil, é adequado tudo o que for lucrativo, é moralmente confortável tudo o que for vantajoso”. Podemos afirmar que essa norma não impera em nosso meio?
Os desafios que temos hoje, particularmente em nosso País, dentre outros, é o de transformar nossas Lojas Simbólicas em verdadeiras escolas de conhecimento e formação, com Sessões atrativas e que despertem em seus membros o interesse na participação intra muros e extra muros; Lojas que tornem seus membros Obreiros úteis e dedicados; espaço de convivência maçônica fraterna e desinteressada, em que imperem o espírito maçônico e a verdadeira amizade fraternal.
Para tanto, pelo menos, três questões se impõem e merecem a nossa atenção e reflexão:
1ª - Como as Sessões das Lojas podem se tornar mais motivadoras, interessantes, atrativas e evitar a baixa freqüência?
2ª - Que atividades as Lojas devem desenvolver a fim promover uma maior integração e participação dos seus membros?
3ª - O que tem favorecido e como evitar a evasão maçônica?
Solicito que todos leiam, reflitam e dêem a sua contribuição de forma escrita ou oral, em Loja, ou por e-email.